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25 abril 2006

Furos no "Evangelho de Judas"?

O Evangelho de Judas, um manuscrito do século terceiro encontrado no Egito há três décadas, está rodeado de uma série de circunstâncias questionáveis que a National Geographic não revelou ao transmitir o programa dedicado ao documento. Segundo informa o New York Times, a National Geographic afirma que o documento foi encontrado por alguns fazendeiros egípcios em uma gruta no final dos anos 70, foi vendido a um negociador e em seguida passou por várias mãos na Europa e nos Estados Unidos.

No ano 2000, a antiquarista suíça Frieda Tchacos Nussberger o comprou por 300 mil dólares e tentou em seguida vendê-lo a Beinecke Rare Book and Manuscript Library da Universidade de Yale nos Estados Unidos, mas o centro de estudos não quis adquiri-lo.

As autoridades não deram pormenores do motivo pelo qual não compraram o texto, mas o diário nova-iorquino indica que Robert Babcock, curador da mencionada biblioteca, indicou através de um porta-voz que “existem várias perguntas sem respostas sobre a proveniência do mesmo”.

Em 2001, Tchacos Nussberger vendeu o manuscrito a um antiquário por 2,5 milhões de dólares em Ohio, mas a venda não prosperou porque a casa não pôde cumprir os pagamentos. Ajudada por seu advogado, Mario Roberty, Tchacos obteve novamente o texto e o entregou à Fundação Maecenas, que o próprio Roberty havia estabelecido anos atrás.

A Fundação, dirigida exclusivamente por Roberty, se dedica a devolver antigüidades a seus países de origem, segundo afirmou ao jornal nova-iorquino. Também manifestou que quando Tchacos Nussberger entregou o texto à Fundação, Roberty se contactou com autoridades egípcias e lhes garantiu que devolveria o documento.

Com o auspício da Fundação, Tchacos Nussberger, de 65 anos, tem direito a receber dois milhões de dólares pelos projetos relacionados com o Evangelho de Judas. A quantia é equivalente ao que teria recebido do comprador de Ohio, menos o valor de várias páginas que chegaram a ser vendidas. Além disso, tem direito a um reembolso de 800 mil dólares que emprestou à Fundação para cobrir gastos judiciais e restaurar o códice.

A informação proporcionada pelo New York Times também dá conta da detenção de Tchacos Nussberger em uma investigação por roubo de antigüidades italianas que não se relacionam com o Evangelho de Judas. Ela e Roberty afirmam que o assunto não foi tão sério e que seus negócios na Itália e em outros lugares sempre foram legais.

National Geographic não comprou o documento. Na verdade, pagou um milhão de dólares à Fundação Maecenas pelos direitos de usar os conteúdos do manuscrito e divulgá-los. O jornal também descobriu que parte das rendas geradas pelos projetos da National Geographic, relacionados com o Evangelho de Judas, vão para a mencionada Fundação.

Não obstante, a National Geographic está realizando uma grande campanha em relação ao manuscrito: patrocina dois novos livros, gerou o documentário de televisão, promove uma exibição e o número de maio de sua revista está dedicado ao mesmo. Em um dos livros, escrito por Herbert Krosney –que levou o manuscrito à National Geographic– Tchacos Nussberger afirma que sua motivação é a convicção religiosa para salvar o documento.

Assim, o que temos por trás de todo o rebuliço criado ao redor do texto? Interesses milionários?

(fonte: Aci-Prensa, via www.danilobadaro.com )

1 Comments:

At 11:35 AM, Anonymous Anônimo said...

Olha,

Sinceramente não vi os tais "furos". O que vi foi o texto de um católico mordido.

Gostaria de fazer aqui a defesa da National Geographic Society.

Enquanto os documentários da Discovery Network são geralmente tendenciosos e com "tempo de validade" (alguns meses depois é lançado algum texto científico que põe por terra as "informações" do documentário), os documentários da National Geographic são sérios e imparciais.

A Discovery Network tem um pudor enorme quando o assunto contradiz o senso comum ou alguma instituição grande (como a Igreja Católica ou academias astronômicas), já o National Geographic não apresenta este pudor, eles apresentam as informações sem (ou com muito menos de) a tinta dourada que a Discovery costuma utilizar.

Agora, se eles precisam de dinheiro para manter a instituição, lamento, também preciso de dinheiro para pagar minhas contas.

[]'s

 

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